quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ego sobre duas rodas.

São Sebastião do Caí tem um parque municipal, o Parque Centenário.
É um espaço muito bonito, aonde as pessoas aproveitam os dias ensolarados para ir dar suas caminhadas ou suas corridas... tbm é legal para andar de bicicleta.
Outras pessoas já vão com suas cadeiras para sentar debaixo das árvores e tomar seu chimarrão, enquanto que as crianças brincam por aí.
O local tem tbm pista de skate, quadras de futebol e voley na areia, e conta com dois ginásios, um principal e outro menor, que contam ambos com quadras.
Mais ainda, o local é sede de um CTG, dos escoteiros, e da Guarda Municipal.
É lá que se realiza a festa maior do município: a Festa da Bergamota, de 2 em 2 anos.
Infelizmente é lá tbm que a defesa civil instala os flagelados das enchentes... agora na última até que foi rápido, levaram pra lá, e assim que a água baixou já levaram pra fora, pq estes tempos uma família ficou morando meio ano por lá.
Uma pena que, como comentei noutro post, o parque esteja mesma começando a fazer jus ao nome de Centenário, várias reformas estão se fazendo urgentes, especialmente nos dois ginásios.
Mas ok, mesmo com as eventuais necessidades de reforma, e a companhia de uma e outra família de flagelados de vez em qdo, o parque ainda é um local bonito e convidativo a população.
Estes dias porém, nós não gostamos do que se passou por lá.
Ouvimos dizer que teria um tal de encontro de motos no parque, domingo, dia 20 de Setembro.
Neste dia, de manhã fomos até Hortêncio, almoçamos na casa dos meus pais, depois fomos um pouco na casa da mãe da Rose, e voltamos para o Caí lá pelas 16hs.
Qdo passamos ao lado da parque, vimos que tinha uma quantidade bastante grande de pessoas, e bastante barulho, lembramos que era o tal encontro de motos.
Bom... isto é algo que não nos atrai muito, mas pensamos que um tempo depois, ao fazer caminhada, daríamos uma passada lá, até pq sempre passamos pelo parque.
Pois bem, ao sairmos para caminhar, decidimos então ir até lá.
Andando em direção, já dava pra perceber que tinha algo diferente no ar, a movimentação indo e voltando do parque era bem maior, e mais frenética, andamos com a atenção redobrada.
Ao entrarmos no Parque, não gostamos do que vimos: centenas de motos, das menos às mais potentes circulando por aí, com seus respectivos donos dando vazão a toda sua testosterona, fazendo marcas no asfalto, ou freando a roda da frente e acelerando a de trás, fazendo com que inacreditáveis quantidades de fumaça, pedaços de borracha e terra voassem por cima das nossas cabeças. Obrigando-nos a fechar os olhos para não entrarem ciscos.
Não sei o que as pessoas acham de tão bonito nisso, vi várias crianças correndo freneticamente de um lado pro outro, aonde houvesse uma moto sendo detonada, adorando tudo isso. Na verdade, corriam riscos, pois o público e os machos detonadores de motos estavam todos misturados ali, ficamos pasmos.
Claro que este tipo de evento não poderia acontecer sem a inseparável bebedeira... muita gente bebendo e bebendo. Porque sempre tem que ter quantidades pantagruélicas de álcool acompanhando???
Ahhh, sem falar que além do já barulho das motos, umas caixas de som estavam tocando um funk horroroso num volume altíssimo, aonde várias gurias aproveitavam, para dar vazão ao seu lado ****, rebolando até o chão, e claro: com uma “cervejinha básica” na mão. Eu e a Rose tínhamos que gritar um no ouvido do outro para nos entender.
Vi que algumas famílias mesmo assim tinham vindo com suas crianças para o Parque, mas estava complicado querer brincar com as crianças neste ambiente. As motos estavam realmente circulando por aí.
Além disso tudo, queria muito ter visto o estado do Parque na segunda de manhã... de que adiantam plaquinhas de Não Pise Na Grama??? Abrir verdadeiros trilhos com as motos pode???
Bom... não sei se pode, mas a grama estava detonada.
Tudo isto nós vimos só atravessando o Parque, pq achamos melhor não ficar lá assistindo. No fim, ainda comentamos que tudo aquilo não poderia terminar bem.
Foi como se fosse um presságio, pq mais tarde, um dos motoqueiros achou que a rua era só dele, e resolveu se esborrachar a 120 km/h contra um carro de um coitado que não tinha nada a ver com a maluquice... estava apenas passando pelo local.
O rapaz de 20 anos morreu na hora, e com toda a certeza devia ter uma quantidade considerável de álcool no sangue.
O senhor no qual ele bateu a moto, é um colega de trabalho da Rose, e ainda por cima é o colega com a qual ela e mais outras pessoas pegam carona para ir trabalhar.
Quer dizer, segunda tiveram que procurar outra condução para ir pro trabalho.
Quer dizer mais ainda, que esta maluquice toda deste encontro afetou até a nós.
Agora me digam, para que ao fim serviu este tal encontro??? Ele acrescentou alguma coisa ao município???
Muito pelo contrário: um jovem morreu (mesmo que por “escolha” dele) e uma família foi arrasada, um senhor teve prejuízos materiais e sabe-se lá quanta incomodação terá, o Parque ficou detonado, a bebedeira (e Deus sabe lá o que mais) rolou solta, e privou as demais pessoas de poderem aproveitar o domingo lindo para descansar no Parque.
Servir mesmo só serviu para os machos inflarem seus egos com suas motos, para no fundo impressionar aos gurias e desafiar os outros caras.
Espero sinceramente que a Prefeitura pense duas vezes da próxima vez em que liberar o Parque para novos eventos do tipo.
As vezes penso que nestes casos, eu enxergo problemas e restrições aonde só tem festa... de repente sou crítico demais... sei que a 10 anos eu tbm teria adorado tal evento.
Mas não amadurecemos por nada... com o tempo aprendemos a ter olhos críticos para várias coisas, e esta não ficou de fora.
No fim, dá para dizer que vai lá quem quer, claro. Mas é bom lembrar que eu e minha esposa pagamos impostos municipais, assim como todo mundo, e gostaríamos muito que os valores fossem aplicados em várias outras coisas úteis a população, e não em gramado detonado por motos, por exemplo.
Bom... cada um, cada um... vai ver estou sendo crítico demais, pode ser que daqui a alguns anos eu enxergue a coisa de maneira diferente novamente, mas por enquanto...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Minha nova cidade.

Quando me mudei para São Sebastião do Caí, achei que seria difícil me acostumar com a cidade.
Admito que vim para cá com um certo preconceito: é nosso município mãe, e naturalmente tem aquela rivalidade entre Caí e Hortêncio (São José do Hortêncio se emancipou de São Sebastião do Caí em 1988), além do mais, eu e vários outros fizemos o 2º Grau aqui no Caí, e de início não foi algo muito agradável, muitos não gostavam da gente, mas nós igualmente não gostávamos deles.
Não que de fato não gostássemos uns dos outros, apenas havia pequenas diferenças mais que naturais... nós Hortencienses éramos um pouco diferentes deles, provavelmente por sermos mais do interior.
Bem... como se o Caí tbm não fosse interior né?
Mas sim, então Hortêncio era mais ou menos o interior do interior... se é que me entendem.
Claro que havia os “do Caí” que eram legais... no fim éramos todos uns “aborrecentes” convenhamos... hoje, bastante mais maduro, vejo que nós de Hortêncio, é que éramos meio bobos demais para lidar com nossos colegas Caienses.
Hoje, encontro um dos que menos gostava na rua seguido, e me dou muito bem com ele, vai ver, ele pensa as mesmas coisas que eu. Que era muita infantilidade da parte de todos.
Mas isso a 20 anos atrás... hoje com internet em tudo que é canto, os jovens são praticamente os mesmos em tudo o que é lugar.
Mas voltando a minha adaptação, superado o preconceito, preciso dizer que estou gostando de morar no Caí.
Claro que Hortêncio vai ser sempre “my home” , mas aos poucos esta minha velha nova cidade vai conquistando seus espaços para comigo.
Velha porque já a conheço desde sempre.
Nova pq morar nela é nova história.
Nova ainda mais, pq agora estou construindo minha vida não mais sozinho, mas sim muito bem casado com uma moça chamada Roseli, que deu um jeito de me prender em sua teia de intrigas, da qual acho que por enquanto não saio.
Não é isso que digo às vezes minha senhora???
Mas voltando (pela segunda vez) ao Caí, a cidade é boa de morar, e como estamos no Centro, temos tudo a poucos passos de casa: mercados, bancos, restaurantes, rodoviária, padarias, muitas lojas, a praça, as Igrejas, o Parque Centenário, farmácias, centros de estética, academia.
Enfim, tudo perto mesmo.
Sem falar que é muito boa para caminhadas, e ótimo para andar de bici, pois não tem muitos morros.
Pena que tem sempre este negócio das enchentes, como a da semana passada, que não foi catastrófica, mas assustou a cidade. Nesse sentido, graças a Deus estamos morando em área aonde ela não chega, e nosso futuro apartamento fica numa área morro acima, tbm não teremos problemas.
Enfim, creio que ainda terei muitas histórias para contar da cidade. Tenho até o que falar sobre o Parque Centenário (que está começando a parecer Centenário mesmo), mas isto é assunto para outro post.
Abraço a todos.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Anda molenga!!!

Puxa... acordei hoje com uma “preguicite aguda” que está fazendo com que eu fique me arrastando ao invés de caminhar civilizadamente... daqui a pouco vão perceber minha moleza, eh, eh.
Estou tomando um xarope para combater uma tosse com catarro (eka!) que tenho já a alguns dias. Acho que está melhor.
O tal xarope foi prescrito pelo médico do plantão no qual resolvi ir na terça, e vi na bula que ele pode causar sonolência.
Então é ele o bode expiatório eleito para minha preguicite. Pronto, problema resolvido... já estava ficando preocupado que era vagabundice da minha parte mesmo... é culpa do xarope viu???

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Pátria amada!


Bem... passou o feriado de 07 de Setembro.
Eu, que não fui escalado para trabalhar na loja neste final de semana, achei estes 03 dias corridos praticamente umas férias.
Hoje então, de volta a vida normal.
Ontem, num programa de TV, estavam fazendo reportagem referente o 07 de Setembro... mais precisamente sobre o Hino Nacional.
A questão era a seguinte: o repórter parava as pessoas na rua, e pedia para elas cantarem o Hino Nacional.
Não sei se mais alguém de vcs viu... mas saiu cada coisa tão absurda, que contando ninguém acredita...
Tipo: “Ouviram do Ipiranga, as MASSAS PLÁSTICAS...”
Isso mesmo... não é brincadeira não.
Mostraram várias pessoas. A maioria só sabia a primeira frase (Ouviram do Ipiranga), e na segunda já não sabiam...
Uns 2 ou 3 não sabiam nem a primeira frase!!! Claro que se o repórter tivesse pedido para cantar um funk quilométrico, a história teria sido outra...
Teve uma única mocinha que o soube, ela cometeu uns pequenos erros... mas diante de tanta besteira, eram perdoáveis até.
Sabe que bem no comecinho da reportagem achei graça, mas logo depois senti vergonha... porque nós brasileiros somos tão pouco patriotas???
Puxa... não saber nem as 03 primeiras palavras do Hino Nacional??? Bando de analfabetos mesmo...
Parecem nossos jogadores de futebol... é uma vergonha qdo tocam o hino em jogos importantes e a câmera os focaliza... a maioria nem a boca abre...melhor tlvez.
Qdo eu era criança e adolescente, lembro-me que no colégio de 1 Grau aonde estudava, de tempos em tempos tínhamos a Hora Cívica... todos os alunos eram chamados para se posicionarem de maneira organizada, de frente para a Bandeira, e cantávamos o Hino Nacional, e o Hino a Bandeira. Após, seguíamos para a sala de aula.
Lembro-me que na quinta série, a professora chamava de tempos em tempos dois alunos para a frente, e estes tinham que cantar todo o Hino Nacional... quem errasse, teria que voltar outro dia e cantar, até que aprendesse.
Ajudou: não esqueci o Hino.
Não sei se isto hoje ainda é feito pelas escolas... algo me diz que não.
Igualmente, os desfiles de 07 de Setembro.
Lembro-me que tínhamos que marchar o percurso todo, e ficar em silêncio.
Domingo, vi o desfile em Hortêncio.
Marchar pelo jeito é coisa do passado.
Os alunos estavam simplesmente caminhando, e vários deles deveriam ter recebido chutes no traseiro, para ver se poderiam caminhar com um pouco mais de postura pelo menos. Vi que alguns mascavam chiclé, e vi muitas risadinhas entre eles... ou seja, altos papos mesmo durante o desfile.
Claro que havia crianças pequenas demais para sequer entender o que se passava... mas tbm havia alunos de 5 a 8 séries.
Resta saber que tipo de patriotas emergirão... se para minha geração, que teve tudo isso que mencionei já é difícil, imagina para estas novas.
No final do desfile, todos se juntaram em frente a prefeitura, aonde as Bandeiras foram hasteadas, ali até que me espantei: na hora do Hino, vi que a maioria se posicionou e cantou, mas claro que sempre tem aqueles que tem que ficar correndo por aí, ou papeando.
Está certo que nosso poder político tbm não faz jus nenhum a Pátria... é uma podridão atrás da outra... mas mesmo assim, acho que algum orgulho e respeito para com nosso Hino, nossa Bandeira temos que ter. Mas parece que damos tão pouco bola a tudo isso.
Mas voltando a reportagem vergonhosa, após vê-la, tratei de ver o qto estava afiado o meu Hino Nacional, a fim de evitar constrangimentos futuros.